Confira as dicas de boas práticas agrícolas em aplicações aéreas

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Orientações do coordenador de Boas Práticas Agrícolas da Corteva Agriscience™, Jair Maggioni.

O coordenador de Boas Práticas Agrícolas da Corteva Agriscience™,  Jair Maggioni,  elaborou uma série de orientações de boas práticas agrícolas em aplicações aéreas e compartilhamos todas elas aqui neste texto. Você também pode aproveitar para saber mais sobre o assunto no nosso podcast Arroz em Foco. Vamos lá!

 

Taxa de aplicação

A recomendação para aplicações de Loyant® é usar um volume de calda de no mínimo 30L/ ha, com gotas de maior diâmetro possível para que resultem em uma cobertura suficiente para a obtenção da eficácia do produto.

“A vazão de 30L/ha deve ser usada para uma cobertura satisfatória, sem a necessidade de usar gotas finas e muito finas, que são mais sujeitas à deriva”.

 

Consulta da bula

Todas as bulas dos produtos são avaliadas e aprovadas pelas principais agências reguladoras do Brasil: Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa),  Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).

 

Além disso, a bula dos produtos é feita a partir de muito investimento em pesquisa e desenvolvimento. Nela, há  instruções de uso, precauções e orientações de segurança, além da indicação de dosagem e culturas.

 

“É importante seguir a bula para prevenir riscos desnecessários em relação à saúde dos trabalhadores rurais e ao meio ambiente”.

 

Parâmetros operacionais

●      Sistema de pulverização – deve estar em perfeitas condições de funcionamento, isento de desgaste ou vazamentos. Pontas danificadas prejudicam a uniformidade da aplicação. A largura da faixa de deposição efetiva varia principalmente com a envergadura da aeronave, diâmetro das gotas e altura de voo. O uso de gotas finas para obtenção de maiores larguras de faixa não deve ser praticado devido ao aumento do risco de deriva.

●      Altura do voo – é recomendado que a altura de voo fique entre 3,5 e 4 metros, conforme as características da aeronave, para minimizar o risco de deriva e proporcionar melhor uniformidade de aplicação. A faixa de deposição deve ser determinada mediante estudos, podendo ser por avaliação da uniformidade de deposição em papéis hidrossensíveis, lâminas de vidro ou por espectrofotometria de fio. É indicado fechar a válvula de três vias (ou Bypass) antes de subir a aeronave ao final de cada passada.

●      Vórtices de ponta de asas – não pode ter vórtices de ponta de asas. Para isso, deve-se verificar a barra de pulverização e a disposição dos bicos para evitar a ocorrência desse problema. Em geral, segundo Maggioni, o percentual de envergadura da barra ocupada por bicos pode variar entre 55% e 70%, de acordo com o modelo da aeronave. Para helicópteros, por exemplo, não se deve exceder 80% do diâmetro do rotor.

Cuidados nas aplicações aéreas

O principal cuidado a ser tomado é em relação a quatro elementos. São eles:

●      Documentação para  fazer a instrução ao piloto (previsão meteorológica para poder respeitar as informações de aplicação das bulas dos produtos).

●      Informações sobre o entorno de onde será aplicado o produto, para poder se preparar e prevenir qualquer risco (culturas sensíveis, alvo no qual é necessário resguardar distâncias de seguranças previstas na lei, por exemplo).

●      Monitoramento das condições meteorológicas na hora da aplicação (velocidade do vento, temperatura e umidade).

●      Espectro de gota, que é o tamanho das gotas, e ajustes de taxa de aplicação e da vazão do líquido da aeronave para que o recobrimento seja adequado.

 

Planejamento

O estudo das áreas de entorno das aplicações, o uso de GPS, os ajustes dos parâmetros operacionais – como ângulo de deflexão dos bicos nas barras de pulverização – modelo e número de pontas, pressão de trabalho, largura da faixa de deposição, velocidade e altura de voo estão entre os cuidados e procedimentos padrões.

“Todos esses parâmetros deverão ser ajustados visando a redução do risco de deriva das aplicações. Eles devem ser supervisionados por um engenheiro agrônomo”.

 

Pontas de pulverização

No caso de aplicação do Loyant®, pontas de pulverização com vazão maior produzem gotas mais grossas. Portanto, é recomendável usar menos bicos na barra, dando preferência para pontas de maior vazão. É recomendável nunca usar o ângulo de deflexão maior do que 15 graus, dando preferência para aplicações a 0 grau de inclinação da ponta em relação ao sentido de voo.

“Pequenas alterações no ângulo de deflexão causam aumento substancial no percentual de gotas finas, mais sujeitas à deriva”.

É indicado usar pontas jato plano de impacto (como CP-03), com o menor ângulo do defletor, para gotas mais grossas ou dar preferência ao jato plano simples, com ângulo de abertura no leque menor ou igual a 40 graus (como a CP11 TT - 2015, por exemplo). Pontas de jato sólido voltadas para trás (como a Accu Flow) produzem gotas mais grossas e têm menor potencial de deriva. Caso seja usada ponta de jato cônico, é melhor não usar core 45 e dar preferência pelo uso de core 46 e de discos de maior vazão, para minimizar o risco de deriva.

“É importante que as pontas sejam escolhidas em função das características operacionais da aeronave, para que a classe do espectro de gotas fique dentro do recomendado – gotas médias a grossas”.

Não é recomendado o uso de atomizadores rotativos, de telas ou discos, em nenhuma condição de aplicação do herbicida Loyant®. Isso porque atomizadores rotativos, independentemente do ajuste feito e da velocidade de voo, podem produzir um percentual alto de gotas menores do que 100 micrômetros. Esse parâmetro varia em função de vários aspectos, como modelo, características das caldas e velocidade de voo.

“Uma das melhores formas de reduzir a deriva é por meio da utilização de gotas o mais grossas possíveis até o ponto que se tenha uma cobertura suficiente do alvo. O uso de gotas grossas reduz o potencial de deriva, porém não previne a deriva. É importante sempre entender qual produto está sendo aplicado (herbicida, fungicida, inseticida), qual o alvo, qual tipo de cobertura e o entorno da área a ser aplicada e a presença de culturas sensíveis”.

 

Faixas de segurança

Saiba como adaptá-las para o dia a dia na lavoura:

●      Adequar a distância entre a área-alvo e as áreas que precisam ser protegidas de acordo com a técnica utilizada, as condições meteorológicas no local da aplicação e a legislação vigente.

●      Observar a IN n° 2 do MAPA (2008) em relação às áreas de restrição quanto às aplicações e às faixas de segurança: “Isso inclui a observação da presença ou não de culturas suscetíveis no entorno da área aplicada para o planejamento de práticas que evitem a ocorrência de deriva”. Conforme o especialista, a In n 2 diz que as aplicações não devem ser realizadas em áreas com distância inferior a 500 metros de povoações, cidades, vilas, bairros e mananciais de captação de água para abastecimento de população e a distâncias inferiores a 250 metros nos casos de mananciais de água, moradias isoladas e agrupamentos de animais.

●      Utilizar somente empresas e pilotos de aplicação aérea que sigam estritamente as normas e regulamentos da aviação agrícola, devidamente registrados junto ao Mapa e à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), e que empreguem os conceitos das boas práticas na aplicação aérea dos produtos fitossanitários. Recomenda-se a utilização de empresas certificadas para aplicação aérea.

Condições meteorológicas

As condições meteorológicas podem interferir nas boas práticas agrícolas em aplicações aéreas. Por isso, os parâmetros devem ser checados antes  do início da aplicação e monitorados no local, durante as aplicações.

“Realize a pulverização apenas com velocidade média do vento entre 3 e 10 km/h; evite realizá-la quando ele estiver em direção à área a ser protegida”.

Veja quais são as condições consideradas ideais para uma aplicação:

●      Temperatura do ar abaixo de 30° C;

●      Umidade relativa do ar acima de 55%;

●      Velocidade média do vento entre 3 e 10 km/h.

“Esses limites seguem os critérios do engenheiro agrônomo responsável e podem ser flexibilizados. Não se aplica em condição sem vento ou vento nulo. Esse é um indicativo de inversão térmica e correntes convectivas”.

Inversões térmicas são caracterizadas por aumento de temperatura com a altitude e são comuns em noites com poucas nuvens e pouco vento. Começam a ser formadas no final da tarde e podem se estender até o início da manhã. A ocorrência de inversão térmica geralmente é indicada pela presença de neblina. Quando não há neblina, é possível observar, por exemplo, se a fumaça se move lateralmente em uma nuvem mais concentrada.

“A fumaça que se move mais na vertical e que se dissipa rapidamente geralmente indica uma boa condição de aplicação – desde que as outras condições meteorológicas estejam boas. As aplicações devem ser realizadas na ausência de orvalho e na presença de luz solar, evitando período de chuva de até quatro horas após a aplicação”.

 

Ferramentas de boas práticas agrícolas na pulverização

As boas práticas agrícolas são um conjunto de ferramentas usadas para dar suporte aos agricultores em diferentes operações no dia a dia de uma propriedade. Para cumprir este objetivo, a Corteva Agriscience™ promove o programa “Boas Práticas Agrícolas” para levar conhecimento, orientação e capacitação a milhares de agricultores e profissionais do setor.

Utilizar todas as dicas apresentadas aqui são parte do gerenciamento responsável, ético e sustentável dos produtos e modos de aplicação exigidos para cada cultura. Esperamos que esse conteúdo ajude você no seu dia a dia! Conte sempre com a gente e  

#AcrediteNoArroz!