AGROREPORT - Informativo Agronômico da Corteva Agriscience
AUTORES: Felipe Baiá C. Souto. MSc. Engenheiro Agrônomo – Agronônomo de Campo Sementes e Cindy Corrêa Chaves. MSc. Engenheira Agrônoma – Agrônoma de Produto Proteção de Cultivos.
A construção do potencial de uma lavoura de milho compreende vários fatores, como o ótimo stand de plantas, garantido através do ótimo estabelecimento inicial. Para isso, o manejo correto de pragas torna-se uma ação fundamental na obtenção de altas produtividades.
Hoje, de 4 a 8% de plantas de milho acabam se perdendo na lavoura e no momento da colheita de 10 a 20% das plantas costumam apresentar baixa produção (dominadas).
Quando relacionamos os fatores que compõe a produtividade final, número de grãos, peso de grãos e, principalmente, número de espigas por área, observamos a importância da manutenção das plantas íntegras da emergência até a colheita.
A importância na manutenção do estande ideal e o fator pragas geram a discussão desse artigo.
Figura 1: Estande de plantas totalmente comprometido pelo ataque de pragas na fase de estabelecimento. Foto: Felipe Baiá
Figura 2: Principais pragas iniciais do milho. Foto: José Madaloz / Esquema: Felipe Baiá
Pragas que atacam as plantas de milho até o estádio fenológico V4, são consideradas pragas iniciais e são extremamente danosas a manutenção do estande de plantas. Considerar cada planta, como uma unidade produtiva, é uma estratégia inteligente durante a construção do potencial da lavoura. A ausência de uma planta, ou então, um desenvolvimento atrasado, são fatores que geram redução deste potencial.
No complexo das pragas iniciais, torna-se necessária a identificação correta, para o manejo adequado. Podemos destacar pragas de diferentes hábitos, como: raspadores, pragas de solo, sugadores e do complexo de lepidópteros.
Com hábito raspador, a tripes (Frankliniella williamsi) causa danos foliares ainda quando estão enroladas. Surtos populacionais ocorrem em condição ambiente de baixa umidade e temperaturas elevadas.
As pragas de solo, como corós (Liogenys sp.) são grandes responsáveis por danos iniciais no sistema radicular das plântulas de milho, interferindo no desenvolvimento e até levando a perda da planta. Em solos arenosos a ocorrência de corós é mais frequente.
O controle preventivo, através do uso do tratamento de sementes industrial (TSI) é fundamental.
Figura 3: Tripes e Coró na cultura do milho. Esquema: Felipe Baiá
Os insetos sugadores, são pragas que aumentam suas populações a cada safra, exemplo disto são os percevejos. O percevejo mais frequente em lavouras de milho é o percevejo-barriga-verde (Dichelops sp.), ao se alimentar próximo ao colo da planta, penetrando seu estilete bucal e secretando sua saliva tóxica à planta, causa uma ruptura das células. Resultando em injúrias típicas nas folhas, necrose, murchamento, amarelecimento e estimulando o desenvolvimento de perfilhos na planta. Além dos adultos, ninfas a partir do 3º instar já podem causar danos.
O dano é maior quanto mais cedo ocorrer o ataque na planta, por isso o controle através da associação de TSI e pulverizações tem apresentado os melhores resultados. O monitoramento deve ser iniciado cedo.